quinta-feira, 12 de junho de 2014

Inventário aponta que Brasil diminuiu emissão de poluentes de carros

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/06/inventario-aponta-que-brasil-diminuiu-emissao-de-poluentes-de-carros.html

11/06/2014 16h53 - Atualizado em 11/06/2014 16h53

Inventário aponta que Brasil diminuiu emissão de poluentes de carros

Redução de monóxido de carbono ocorreu mesmo com frota maior. 
Levantamento refere-se a 2012, quando país tinha 48,7 milhões de veículos.

Eduardo CarvalhoDo G1, em São Paulo
 Trânsito na Avenida 23 de Maio, próximo ao Viaduto Santa Generosa, em São Paulo (SP), nesta sexta-feira (23) (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo)Trânsito na Avenida 23 de Maio, próximo ao Viaduto Santa Generosa, em São Paulo (SP). Emissões de gases por veículos automotivos caíram mesmo com aumento da frota nacional, indica relatório do governo federal (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Uma nova edição do Inventário Nacional de Emissões de Veículos, lançado esta semana pelo Ministério do Meio Ambiente, referente a 2012, apontou queda nas emissões de gases provenientes de automóveis, motos, caminhões e ônibus, como o monóxido de carbono (CO) e óxido de nitrogênio (NOx), mesmo com o aumento da frota no país.

Na comparação com o dado de 2009, ano da primeira edição do levantamento, a frota do país subiu de 38,4 milhões de veículos para 48,7 milhões. Ainda assim, houve queda de 16% nas emissões de CO; redução de 12% na liberação de material particulado (poeira, fumaça e outras partículas prejudiciais suspensas na atmosfera); e diminuição de 7% na liberação de metano (CH4).
Em comparação com 2002, quando a frota nacional era de 24,3 milhões de automóveis, a queda de emissões de gases automotivos é maior: redução de 52,1% no lançamento de CO; diminuição de 45,2% na quantia de MP e corte de 12,9% do total de NOx – elemento que, aliado a outros compostos, produz ozônio, gás que pode causar inflamação nas vias respiratórias e elevar chances de doenças cardiovasculares.
Mas o crescimento da quantidade de veículos nas ruas aumentou as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e o CO2 equivalente – índice que soma a concentração do CO2, metano, óxido nitroso e outros gases.
Em 2012, automóveis de passeio foram responsáveis por 38% das emissões de CO2 no país, elevação de 25% em comparação com 2009 e de 56% em relação a 2002.
Segundo o governo, o inventário mostra que o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que determina limites para emissão de poluentes por veículos automotores e motocicletas, está funcionando e também alerta para que mais medidas de incremento ao transporte público e gestão da mobilidade urbana sejam realizadas e, com isso, reduzidas as emissões de gases de efeito estufa.
Regras mais rígidas
Em 2012, 47% das emissões de CO foram causadas por automóveis, 34% por motocicletas e 7% por veículos comerciais leves, como as vans. Já no caso dos materiais particulados, o maior responsável pelas emissões são os caminhões semipesados (29%).
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a regulamentação imposta ao setor automotivo para produzir veículos que emitam menos poluentes contribuiu para a redução dos gases, independente do tamanho da frota do país.
“O esforço é para reduzir a poluição com a modernização da tecnologia de combustíveis e produção de carros”.
O programa determinou uma série de medidas para conter os poluentes, entre elas o limite de emissão de monóxido de carbono em 0,2 gramas por quilômetro, independente do combustível. Em 1980, um veículo lançava no ar uma quantidade 54 vezes maior deste gás.
Rudolf Noronha, gerente de qualidade do ar do ministério, explica que uma das principais causas de redução foi a modificação do teor de enxofre na gasolina e no diesel, determinada pelo Proconve. A gasolina brasileira tem hoje 50 partes por milhão (ppm) de enxofre mas, um ano antes, esse valor era de 800 ppm. Já o diesel, que em 1993 chegou a ter 13 mil ppm de enxofre, agora tem 10 ppm.
“A indústria de combustível teve que investir mais de US$ 60 bilhões para renovar refinarias e a indústria automobilística teve que se refazer. Houve uma silenciosa revolução industrial em função das regras do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama”, afirma.

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